A tarde chora... chora mansamente. Como um soluço engasgado na garganta, Uma lembrança latejando os sentidos, Gotas frias caem sobre si incessantemente. A natureza ergue seus braços fracos, Elevando uma súplica em oração Ao infinito cinzento e lúgubre, Agradecendo as lágrimas de sua salvação. Chora... Chora triste tarde, No coração da humanidade a nostalgia assola, Bate com ecos surdos... profundos Enquanto a água em sua face rola. Saudade aflora com o vigor do trovão, Recordações... devaneios do coração, Perdidos ao som dos pingos... canção aos ouvidos, Olhos marejam... almas gritam por paixão. Chora... chora tarde encantada, Liberta o perfume marcante de terra molhada, Como um beijo do amante em regresso, Oscula a musa em verso decantada. Chora...chora tarde em fascinação, Sentindo na pele as gotas gélidas... sedução, Molho o corpo... lavo a vida, No teu choro encontro inspiração... notas de singela canção!
Autor da mensagem: Maria Lucilia Cardoso
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